Caminhos

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Porque não pode haver outra forma senão a de existir tal como somos...

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016


Regresso

Esvazio-me de mim
Para me encher dos outros
E as vozes que escuto e sinto
São passos cansados de esperar
Na imensidão do sonho
Repercutem-se os sons
Nos meus ouvidos
Demoram-se os olhares aflitos
Fatigam-se as vozes
[...]
E eu dispo-me dos outros

Para me vestir de mim





















Eduard Munch - O Grito

13 comentários:

  1. Muito bom Gracinha.
    A escolha de Münch foi genial.
    Beijinhos.:))

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  2. Lindo!

    Fui a primeira seguidora! Espero que venham aí muitos mais seguidores e que Blogue tenha o sucesso que merece:)

    Beijinhos:)

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  3. Oh! Fico lisonjeada com as suas palavras, Isabel!
    Obrigada
    Um beijinho :))

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  4. Graça,
    Quando li o poema lembrei-me duma canção de Sérgio Godinho que, a determinada altura, diz assim:
    ...
    Que força é essa, amigo
    que força é essa, amigo
    que te põe de bem com outros
    e de mal contigo.
    ...
    A Graça, contudo, tudo faz para andar de bem consigo.
    Gostei muito.

    Um bom domingo :)

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    1. No fundo, trata-se de ler o mundo e traduzi-lo em poesia. Para tal, é necessário ao poeta vestir-se do outro para depois escrever o que sentiu nas vozes e olhares escutados. Traduzir o sofrimento do mundo (meu sofrimento também) em palavras é vital para o meu equilíbrio mental.
      Sérgio Godinho é o meu cantor português preferido!
      Obrigado AC pelo tempo despendido a ler-me :)
      Beijinho e boa semana :)

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  5. Da indispensabilidade do regresso ao eu fala-nos a poet(ís)a neste poema. O delírio que transborda do mundo sem limites transtorna qualquer mortal. Daí a necessidade de descer ao silêncio, até encontrar a própria voz.
    Bem conseguido.

    Boa semana, GA.

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    1. Eu não faria uma melhor análise das minhas palavras. O Agostinho conseguiu-o com perfeição, dou-lhe, por isso, os parabéns.
      Um humilde obrigado!
      beijinho e boa semana

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  6. Çraça, identifiquei-me completamente com este seu poema.
    Nós mulheres damos sempre muito e precisamos às vezes de regressar à nossa essência.

    Um beijinho

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    1. Olá! Bem-vinda :)
      Sim, tem razão, é vital regressar à nossa essência.
      Muito obrigada.
      Beijinho e boa semana

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  7. Gosto do poema, mas o quadro sempre me afligiu

    Tudo de bom

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