Caminhos

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Porque não pode haver outra forma senão a de existir tal como somos...

terça-feira, 22 de dezembro de 2020


Tempo de Natal


Queridos amigos:

Cá estou novamente, depois de alguns meses de ausência, que se justifica devido ao meu trabalho como docente e à minha situação familiar, cuidando de uma mãe 100% inválida fisicamente no meu próprio domicílio. No entanto, não queria deixar passar esta quadra, sem vir aqui desejar-vos um Feliz e Santo Natal. Feliz, desejando que o passem com saúde e Santo, para que o tenham com paz.
Atravessamos uma época mais que difícil, vivendo uma situação mundial que jamais nos ocorreu que pudéssemos algum dia vivenciar, no entanto, penso que, apesar dos milhares de mortes já ocorridos, a esperança tem que persistir nesta luta que travamos com um adversário invisível e, por isso mesmo, quase invencível. 
Penso, porém, noutros adversários, entre muitos, também fortes e poderosos: doenças variadas, entre as quais destaco o cancro; a guerra; as desigualdades económicas e sociais; as injustiças; os egoísmos; a corrupção; etc.
Apesar de pensar que todos os dias deveríamos ter preocupações solidárias, é neste tempo de Natal que se acentua mais a consciência coletiva dos valores humanistas, muito devido também à influência dos media e muito por razões comerciais. Mas ainda bem! Que quem não pensa, nem atua, que o faça ao menos uma vez por ano!
Assim, que este tempo de Natal seja uma época de esperança e de renovação de votos de um futuro melhor para todos e mais sustentável e que esses desejos se concretizem numa prática efetiva, mais consciente e mais solidária. O mundo é a nossa casa e todos precisamos de todos!
Deixo-vos um poema e o desejo renovado de que sejam muitos felizes em todos os dias da vossa vida, para que possam fazer felizes também os que vos rodeiam!

Feliz Natal e um melhor Ano 2021!

Beijinhos


Natal


Montras grinaldas prendas vai e vem

Doces canela fogo a crepitar

Fitas brilhantes música também

Presépios e árvores a engalanar

 

Bem perto há fome e a guerra se mantém

Uns sem abrigo e sonhos por sonhar

Chora a manjedoura pura em Belém

Do egoísmo e hipocrisia a alastrar

 

Veio simples e nu o nosso Rei

O menino já nasceu é Natal

Trouxe-nos paz e um Amor sem igual

 

Porém o homem inventa outra lei

Da injustiça e de tudo o mais que há

Outro Deus p`ra nos salvar não virá

 

Graça Alves





Presépios



sábado, 9 de maio de 2020




"Ó Coimbra do Mondego e dos amores que eu lá tive 
Quem te não viu anda cego, quem te não ama não vive..."
Que arrepios! ❤️🧡

A serenata simbólica daquela que seria a Queima 2020 de Coimbra foi transmitida pela televisão. E que bem que soube ouvir o som daquelas guitarras que falam do amor e da saudade e que fazem arrepiar até os menos sensíveis.
Esta seria a semana da Serenata em Coimbra, a semana da Queima, do Cortejo, da praxe, dos F-R-A, das flores, das fitas coloridas, dos concertos, da festa, da alegria dos jovens e das famílias, da irreverência e também dos excessos. A cidade fechou-se na quarentena. O mundo está de luto, mas as capas são negras. Então que elas se abram em janelas e varandas, não como protesto aos excessos que não pode haver, mas na homenagem possível e silenciosa a todos os que partiram nesta pandemia inqualificável e desconhecida do nosso mundo civilizado e a todos os que trabalham corajosamente para lhe pôr fim.

A minha capa já está à varanda. E tu, vais pôr a tua?

Quero ver muitas capas de quarentena em janelas e varandas, vamos lá, Coimbra 💕

A minha capa



sábado, 21 de março de 2020



Dia Mundial da Poesia

Acabou de ser divulgado o nome dos vencedores do concurso "poesia na biblioteca" promovido pela Câmara Municipal de Condeixa. Parece que ganhei o 3º prémio! Aplaudo a Câmara pela iniciativa e agradeço a distinção, no entanto, não estou feliz como seria suposto. O mundo está em erupção com seres humanos a morrer que têm o mesmo direito à vida que todos os outros e esse facto torna-me infeliz. São seres humanos, porra! Este ano não haverá cerimónia de entrega de prémios. É o menos!
Tomara que a poesia salvasse!

(abaixo deixo o link para poderem ler a notícia da divulgação do prémio e os poemas dos outros vencedores, caso tenham interesse)

IX Concurso “Poesia na Biblioteca”
3.º prémio
De que nos servem as palavras dos poetas, de Graça Alves

De que nos servem as palavras dos poetas
se as deixámos perdidas nos oásis do deserto?
De que nos servem as vozes dos profetas
se continuam adormecidas nos livros das parábolas?
De que nos servem os exemplos dos deuses
se consideramos longo e trabalhoso o caminho para chegar ao Olimpo?
Pode haver o sonho
Pode haver o desejo
Pode haver uma ténue chama na alma
Mas os barcos continuam sem partir do cais
 com medo do vento e das tempestades
É preciso partir
É imperioso soltar as amarras
É urgente agir
De que nos serve a vida
se continuamos inertes a observar o pôr do sol
sem chegarmos ao outro lado do horizonte?


https://www.cm-condeixa.pt/rbcondeixa/index.php/noticias/355-ix-concurso-de-poesia-ja-conhece-vencedores


Esta é uma foto de um outro dia em que apresentei os meus livros
na Biblioteca Municipal da Figueira da Foz