Porque fazer mal aos outros é o mínimo exigível, e há tanta maldade no mundo e em certos seres humanos, escrevi um texto sobre a bondade. Aproveitei a recente morte de Jorge Sampaio para o fazer. O artigo saiu no jornal Público de ontem, dia 26 de setembro. Fiquei feliz!
A bondade
No passado dia 10 de setembro morreu Jorge
Sampaio, que completaria 82 anos de idade no dia 18 de setembro. Foi político e
marcou gerações, ascendeu a um dos mais altos cargos da nação. Fez História.
Penso que, no mundo atual, a ideia que o cidadão
comum mais liga aos políticos é a de corrupção. É comum ouvir-se dizer
"eles querem é tacho" ou “poleiro”; que são inimputáveis, que
"se fôssemos nós", iríamos logo para a prisão e outras expressões
dentro do género que traduzem que o político não gere de forma capaz os
destinos do país, porque tem em conta, em primeiro lugar, as suas prioridades e
interesses pessoais.
Mas Sampaio era político e era bom. Foi, aliás, a
expressão mais comum entre os analistas e os entrevistados "morreu um
homem bom". Não se viu uma multidão nas ruas, como observou levianamente
um analista, fazendo por minimizar a popularidade deste político, mas não seria
certamente necessário ir para a rua, para que o povo lhe pudesse prestar homenagem,
ainda mais na situação pandémica atual. Por mim, fiquei a ver as cerimónias
através do televisor, com o devido respeito e com a lágrima ao canto do olho,
especialmente na parte do discurso dos filhos, ao dedicarem à mãe as suas
últimas palavras "estamos aqui contigo e sempre para ti".
A bondade ficará colada, talvez para sempre, à
imagem de Sampaio. Mas que importância tem a bondade no mundo em que vivemos?
Qual o lugar que lhe concedemos num mundo movido pelo lucro financeiro e pelos
interesses pessoais, pela ganância e pelo oportunismo? Não tem, para a maioria
das gentes, importância nenhuma, e a ter lugar, será sempre e apenas um lugar
secundário e acessório.
Para que a bondade tivesse no mundo o lugar a que
tem direito, seria necessário pensarmos que o bem comum deveria ser a nossa
prioridade, porque o bem comum é também o nosso bem. Os políticos têm
responsabilidade na quota-parte da bondade que dão ou deveriam dar ao mundo?
Têm. E nós? Também, por menor que seja a contribuição.
O melhor para os outros será darmos-lhes sempre o melhor de nós e dar o melhor de nós será sempre o melhor para nós e para todos.
Graça Alves
Fiquei muito sensibilizada com o texto que escreveu sobre Jorge Sampaio. Gostei que o "Publico" o tivesse publicado. Penso o que escreveu e só posso acrescentar: "Até sempre meu Presidente".
ResponderEliminarCuide-se bem minha Amiga Graça.
Uma boa semana.
Um beijo.
Muito obrigada, Graça. Beijinho amigo
EliminarRevejo-me naquilo que escreveu.
ResponderEliminarMuito bem, Graça.
Grande abraço :)
Obrigado, um beijinho!
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