Caminhos

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Porque não pode haver outra forma senão a de existir tal como somos...

terça-feira, 25 de abril de 2023

 25 de Abril

Passados 49 anos do dia que nos trouxe a ansiada Liberdade, atravessamos um tempo estranho!

É inegável que temos de pensar antes de abrir a boca, sobretudo para não magoar os outros, mas parece-me que neste tempo corrente, inconstante, instável e frágil somos agora obrigados a pensar muito mais que antes. As sensibilidades estão ao rubro e quase tudo é assumido como um ataque às liberdades individuais. Há, por um lado, a liberdade de acusar, sem critério, tudo o que se quer e, por outro lado, a liberdade de expressão condicionada e ao serviço de más interpretações. E os cravos lentamente vão ficando arroxeados! De repente, temos de nos acautelar para falar, para olhar, até para ouvir!

Comemoramos a incontestável liberdade política que conhecemos, admiramos e aplaudimos e que nos deu um sem número de direitos, mas não poderemos jamais esquecer-nos, em primeiro lugar, dos nossos deveres.

Onde acaba a minha liberdade e começa a do outro? Perdemos a capacidade de separar o trigo do joio? Não estaremos, de certo modo, a perder a liberdade? E o bom senso, em que campo de Abril se perdeu?

 



8 comentários:

  1. Houve um tempo de libertação, em que parecia que tínhamos o tempo na mão. Mera ilusão, apesar de muita gente ousar dar a mão. E, a pouco e pouco, tudo foi caindo no chão.
    O que falhou? Por norma culpam-se os políticos, são quem se põe mais a jeito, mas o fundo, se observarmos bem, fomos nós que, iludidos pela sensação de poder ter, antes de saber ser, não soubemos escrutinar, não soubemos exercer o direito de cidadania. E, como se diz na gíria, fomos comidos de cebolada.

    O seu post é muito bom, Graça.
    Deixe-me deixar-lhe um abraço que se pretende cúmplice

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    1. Muito obrigado!
      O texto acabou por sair no jornal Público :))
      Não escrevi mais, porque havia limite de palavras para publicar.
      Escrever é bom e faz-nos bem.
      A falta de leitura nos dias de hoje, também venda, em parte, os olhos à plebe!
      Beijinhos

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  2. Olá Graça, minha Amiga. Li o seu texto e estou de acordo com tudo o que escreveu. Sinto da mesma maneira. Mas tenho esperança que consigamos que os cravos não murchem, já que representam a nossa liberdade, aquela que tivemos naquele "dia inicial, inteiro e limpo" como lhe chamou a Sophia.
    Tudo de bom para si.
    Um beijo.

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    1. Sim, espero que não murchem!
      A responsabilidade pertence a todos nós!
      Obrigada, beijinhos!

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  3. Se me permite , subscrevo o seu texto e levo o poema para publicar .

    Abraço e VIVA A LIBERDADE!

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    1. Muito obrigada!
      Um beijinho grande e viva Abril, sempre com maiúscula!

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  4. Concordo com o seu texto.
    Hoje em dia estamos a perder uma certa liberdade de expressão por causa do politicamente correcto.
    Enfim, um mundo perfeito ainda demora a chegar!
    Já fui mais optimista.

    Beijinhos e um bom fim-de-semana:))

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    1. Também já fui mais otimista!
      Beijinhos e obrigada pela visita!

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