Não te detenhas.
Não olhes para trás. Há muitos companheiros de viagem ainda à tua espera. Precisam
de ti sentados nas clareiras com fogo e danças de roda, sorrisos e palmas. Falta
muito para o fim do caminho. Aprende com as pedras que te ferem os pés e com as
silvas que te rasgam a carne, mas não te detenhas. Caminhar em frente é a cura
das feridas. O mal também te constrói e purifica. Erras. Levanta-te. Só serás
completo se aprenderes. Continua o teu trilho e observa os caminhantes que se
cruzam momentaneamente contigo. Todos te trazem lições. Absorve-as e lá ao
fundo serás pleno e inteiro e terás sabedoria, quando fores recebido na
clareira com sorrisos, palmas e cantares à volta da fogueira.
Caminhos

Porque não pode haver outra forma senão a de existir tal como somos...
segunda-feira, 31 de outubro de 2016
terça-feira, 25 de outubro de 2016
Desfilam bailarinas
e saltimbancos apetrechados de arsenais coloridos. Dramatizam loucamente em
danças vertiginosas e perfeitas. Ostentam beleza e sorrisos esplendorosos. As máscaras
estão gastas e os números repetidos, mas experimentam incessantemente novos
arremedos para divertimento dos espectadores. Soam palmas. Os mais críticos
queixam-se e gritam da plateia que é preciso deixar fermentar a verdade, banir
a hipocrisia, a vaidade e a falsa ostentação.
No palco, todos
estão surdos.
sábado, 1 de outubro de 2016
Viemos para
quase tudo.
No topo de
qualquer montanha há sempre ainda outra mais longínqua onde se adivinham
horizontes de nós, sombras fugidias que já nos pertenciam mesmo antes de
nascermos.
O sol continua à
nossa espera lento e corcovado, arrastando-se a olhar os velhos sabedores nos
bancos de jardim.
Bastardos de uma
penumbra qualquer, estamos para cuidar das árvores e deixar os ninhos
amadurecer nos beirais das casas.
Tateamos todas
as infinitudes para saciar a fome, a sede e o desejo.
Ansiamos escarpas
nas montanhas que nos agasalhem do frio, do medo, do tremor e da pressa.
Viemos para o
regresso de nós mesmos.
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