Viemos para
quase tudo.
No topo de
qualquer montanha há sempre ainda outra mais longínqua onde se adivinham
horizontes de nós, sombras fugidias que já nos pertenciam mesmo antes de
nascermos.
O sol continua à
nossa espera lento e corcovado, arrastando-se a olhar os velhos sabedores nos
bancos de jardim.
Bastardos de uma
penumbra qualquer, estamos para cuidar das árvores e deixar os ninhos
amadurecer nos beirais das casas.
Tateamos todas
as infinitudes para saciar a fome, a sede e o desejo.
Ansiamos escarpas
nas montanhas que nos agasalhem do frio, do medo, do tremor e da pressa.
Viemos para o
regresso de nós mesmos.
"Viemos para o regresso de nós mesmos."
ResponderEliminarViemos, mas raramente nos encontramos.
Excelente prosa poética, Graça, recheada de espelhos desafiadores do interior de cada um.
Um beijinho :)
Sim, tem razão, raramente nos encontramos...tão verdade.
EliminarObrigado, AC
Beijinhos
«Viemos para quase tudo», uma grande verdade, estimada
ResponderEliminaramiga, e conseguimos adaptar-nos a quase tudo...
Lembro dos muitos que vivem em condições sub-humanas...
A sua prosa poética está com tanta beleza e qualidade
como a sua poesia.
Abraço, Graça.
~~~~~~~~
Verdade, Majo!
EliminarBeijinho e muito obrigada pela vinda!
A vida é uma luta constante. Temos que ser nós a criar espaços de tréguas.
ResponderEliminarGosto muito de anjinhos e tenho vários (tradicionais e outros mais modernos, de vários materiais). Estes são lindos!
Um beijinho:)
Sim! E gostei da expressão "espaços de tréguas"...é isso mesmo que temos de fazer!
EliminarOs anjinhos estão na minha sala :)
Inspiram-me!
beijinhos
Graça,
ResponderEliminarEssa busca, esse horizonte cada vez mais distante, desgasta-nos e não nos leva a lugar nenhum.
Quantas vezes o que ansiamos está tão perto.
Um texto poético que alcançou o que decerto a amiga pretendia, reflectirmos.
Um beijinho grato pelas suas carinhosas palavras no meu blogue.
Olá, Fê!
EliminarTem razão, claro!
E sim, é a reflexão que pretendo :)
beijinhos e eu é que agradeço o carinho com que sempre chega!
Olá Graça É viemos para tudo,sua poesia é tão linda é como um desabafo, ou uma confirmação de que só morremos fisicamente?
ResponderEliminarE sempre voltamos para tornar a tudo querer novamente?
beijos,
Léah
Também é isso, sim :))
EliminarBeijinhos e obrigada
Um texto cheio de beleza numa escrita que nos faz pensar. "Tateamos todas as infinitudes para saciar a fome, a sede e o desejo."
ResponderEliminarTão belo, Graça!
Uma boa semana.
Beijos.
Olá, Graça!
EliminarObrigada :))
beijinho grato
muito bem! gostei muito do texto.
ResponderEliminarprisioneiros da insatisfação nos fazemos escravos de tudo
- ou do NADA.
beijo
É exatamente assim, Manuel!
Eliminarbeijo e obrigado pela vinda
Assim funciona o universo! Somos infinitamente pequenos, vivemos, morremos , renascemos(?) e o mundo gira. Somos partículas, apenas. Depois existem alguns privilegiados que nos enchem o coração com palavras únicas , como tu , Gracinha. Beijinhos
ResponderEliminarOlá, Belinha!
EliminarQue bom ter-te por aqui!
Obrigada por tudo o que me dás!
beijinhos
"Viemos para o regresso de nós mesmos"
ResponderEliminarSim, pois todo o movimento é para o interior
no reconhecimento da essência.
Aprecio muito como a sua narrativa toca
no introspectivo, e, ecoam as palavras...
Muito belo seu texto.
Beijo.
Obrigada, Suzete!
Eliminarbeijinho
O teu texto poético tem profundidade e, acerca dele, muito se poderia falar.
ResponderEliminarCada fase, pode dar origem a diferentes e diversas reflexões ou conjeturas.
A frase final "Viemos para o regresso de nós mesmos", por exemplo, em princípio estará relacionada connosco próprios apenas (terá sido essa a intenção da autora). No entanto, o nosso regresso poderá ser também a sucessiva aparição dos nossos descendentes, através dos quais nos vamos perpetuando.
Enfim, é um texto riquíssimo, não só na forma como também no conteúdo.
Querida amiga, parabéns pela excelência do teu texto.
Graça, tem um bom fim de semana.
beijo.
Olá, Jaime!
EliminarA pluralidade de interpretações dos meus textos é uma honra para mim!
Muito obrigado.
beijinho
Olá, GA. Ando a dar uma volta aos amigos dos blogues mas de forma periclitante.
ResponderEliminarEntrei numa curva apertada onde a força centrífuga deixa qualquer um na gravilha da inércia. Da impotência. Por isso a minha ausência.
Puseram a mão no meu coração é fui ao centro de mim como nunca me tinha acontecido. Nos HUCs. E, afinal, o horizonte, tão largo aos olhos do desejo, apertado, reduzido à nossa própria natureza.
O anjo que há em nós... eu nu, sem asas, à mercê do destino.
A sua prosa poética emocionou-me.
Bj
Oh, Agostinho! Se eu tivesse sabido, teria ido vê-lo.
EliminarObrigado pelas suas palavras carinhosas de sempre.
Um até já e um beijinho
Gostei muito do texto, principalmente da frase derradeira: "viemos para o regresso de nós mesmos".
ResponderEliminarBom resto de fim de semana
Obrigada, São!
Eliminarbeijinho :)
Gracinha,
ResponderEliminarAndei fugida e com pena minha vejo que perdi este texto que há muito podia ter lido. É um consolo para a alma.
Beijinho. :))
Este comentário foi removido pelo autor.
EliminarAgarraste-o agora Anita :))
ResponderEliminarVens sempre a tempo!
Beijinhos
Bom domingo, Graça, e obrigado pela atenção.
ResponderEliminarBj.
Beijinho, Agostinho
EliminarRápidas melhoras :))