Homenagem às gentes do meu bairro
Bairro
Gosto do meu bairro onde vivem
as mesmas pessoas há décadas
e transportam consigo o rosto dos
tempos,
as rugas do que aconteceu com elas
e comigo e com todos.
O
meu bairro que tem ecos de silêncio
o meu bairro que não é meu, que é dele
e do outro e de ninguém.
O meu bairro vulgar onde nada acontece
onde só por vezes alguém deixa de
existir
sem deixar de ser.
O meu bairro onde não cabe
o acontecimento de uma reportagem
e que por isso mesmo é bonito.
O meu bairro é velho, é pobre, é mundano,
é banal, vulgar,
mas tem marcas da nossa identidade
de sermos nós por dentro e por fora
de cabermos inteiros num “bom-dia!”
acompanhado de um sorriso redondo.
Comungo esta partilha e esta magia
com os outros
enquanto caminhamos diariamente
para o futuro envelhecendo sabiamente.
GA
Muito belo este poema a um bairro com identidade e afectos.
ResponderEliminarBeijos.
Obrigada, Graça!
Eliminarbeijinho
Boa noite, GA
ResponderEliminarGostei muito desta poesia que desperta intimidades vividas que já não há. Hoje, a palavra Bairro, por si só, desperta sentimentos contraditórios de medo e repulsa. As pessoas vivem de costas voltadas alheias ao que se passa do outro lado da parede. Um bom dia no elevador, vá que não vá...
Bairro?
Cada um tem o seu
mas já não há nenhum
como o meu:
quadrilha de Buck Jones
a disparar bolas
nas couboiadas das santas tardes
a esfolar joelhos
e a derreter solas.
Bj
Obrigado!
EliminarTem muita razão...instalaram-se o egoísmo e a indiferença, quando cada vez precisamos mais uns dos outros...
Que bonito poema...
beijinho
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
ResponderEliminarGosto do poema, que me transportou até à rua onde vivi até aos 35 anos e onde continuei a ir diariamente até há poucos anos.
ResponderEliminarHoje já não é a mesma, porque já lá não estão as pessoas com quem cresci.
Também gostei da foto:)
Beijinhos e continuação de boa semana:)
Obrigada, Isabel!
EliminarNeste momento também já não vivo no meu bairro, mas é como se lá vivesse, continuará sempre meu...tenho lá um espaço para cuidar e pessoas que é sempre bom rever...
beijinhos
Penso que na simplicidade das pessoas e das coisas é que está realmente a sabedoria e a beleza.
ResponderEliminarUm bairro assim merece um poema que o enalteça e isso aqui aconteceu. Parabéns!
Um beijinho
Fê
Muito bem dito!
EliminarObrigada :)
Feliz semana!
beijinho
No seu bairro ainda há espaço para cantar
ResponderEliminarhá, sim :) muito espaço para cantar!
Eliminarbeijinhos e obrigada
E como é bom viver num sítio onde todos se conhecem...
ResponderEliminarUm excelente poema, gostei imenso.
Bom fim de semana, querida amiga Graça.
Beijo.
Sim, é verdade!
EliminarObrigado
beijinho e bom domingo
Graça,
ResponderEliminarConheço alguns bairros, da vida muito própria que deles jorra. Infelizmente, devido à vida apressada dos tempos que decorrem, estão a perder viço, a vizinhança fica, cada vez mais, para lá da porta, num isolamento alicerçado na falsa convicção de que as paredes é que nos protegem, dando corda aos medos.
Gostei das palavras, gostei ainda mais do aroma que se solta delas, a revelar uma sensibilidade muito própria.
Um beijinho :)
Obrigado, AC.
EliminarTem toda a razão na sua visão do bairro.
O mundo, infelizmente, tornou-nos seres solitários, medrosos e egoístas...
bjinho
Gostei do teu bairro, muito teu.
ResponderEliminarBeijinho.:))
Obrigada, Ana!
Eliminarbeijinho
O bairrismo fica sempre bem, desde que não seja exagerado.
ResponderEliminarDo poema gostei muito.
Abraço com votos de excelente Primavera.
Sim, concordo consigo!
EliminarBeijinho e bom domingo
Também moro num bairro e gosto muito. Há sempre os bons dias tão saudáveis nestes tempos que correm. O poema é lindo. Beijos com carinho
ResponderEliminarOlá, obrigada!
EliminarÉ muito bom viver rodeada de gente simpática!
beijinho